PEDREGULHO
Mais uma vez a janela...
Talvez a janela seja a mesma,
Mais a garota que se recosta nela não.
Eu mudo de tempos em tempos
E de debruços em debruços.
Quando olho para aquela janela, ela nunca é a mesma.
A cena sempre é diferente
E tem eu :
Que mudo o tempo todo sem sair do lugar.
Talvez as maiores mudanças sejam aquelas que acontecem quando se está em movimento.
Aqui, parada, só posso dizer que mudei; e a mudança não pode fazer muito por mim, se eu ficar aqui, parada.
É que entrar em movimento, traz constrangimento, traz vergonha e incertezas.
É que a coragem muitas vezes falta; nesse coração de adolescente que enfrenta a falta, mas que ainda assim, é refém dela.
Melhor seria não ter discursos, não ter sermão
Parece que assim a vida fica mais tranquila... mas será?
Talvez eu nunca soube e talvez eu nunca saiba
Sem ultrapassar o lado de lá da janela.
Mas será ela, a janela, a moldura que deixa as coisas mais belas?
Será que fora dela as coisas mantém a mesma cor, o mesmo aroma e mesmo sabor?
Não sei, só sei que vejo daqui um mundo inesperado
Mas talvez, não haja descoberta alguma a ser feita. Só questões de uma garota e sua janela.
Autora: Glenda Almeida Pratti