11/26/2015

Sobre sair ou não do lugar



PEDREGULHO


Mais uma vez a janela... 
Talvez a janela seja a mesma, 
Mais a garota que se recosta nela não. 
Eu mudo de tempos em tempos 
E de debruços em debruços. 
Quando olho para aquela janela, ela nunca é a mesma. 
A cena sempre é diferente 
E tem eu : 
Que mudo o tempo todo sem sair do lugar. 

Talvez as maiores mudanças sejam aquelas que acontecem quando se está em movimento. 
Aqui, parada, só posso dizer que mudei; e a mudança não pode fazer muito por mim, se eu ficar aqui, parada. 
É que entrar em movimento, traz constrangimento, traz vergonha e incertezas. 
É que a coragem muitas vezes falta; nesse coração de adolescente que enfrenta a falta, mas que ainda assim, é refém dela. 
Melhor seria não ter discursos, não ter sermão 
Parece que assim a vida fica mais tranquila... mas será? 
Talvez eu nunca soube e talvez eu nunca saiba 
Sem ultrapassar o lado de lá da janela. 

Mas será ela, a janela, a moldura que deixa as coisas mais belas? 
Será que fora dela as coisas mantém a mesma cor, o mesmo aroma e mesmo sabor? 
Não sei, só sei que vejo daqui um mundo inesperado 
Mas talvez, não haja descoberta alguma a ser feita. Só questões de uma garota e sua janela. 



Autora: Glenda Almeida Pratti